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Meu Testemunho

EDVAN DE ASSUNÇÃO – MAIS QUE VENCEDOR

Uma parte da história de livramentos, conversão, perdão,  recomeço e vitória

 

Nasci numa família adventista, de berço. Somos em 6 irmãos. Desde pequeno sempre fui a igreja , ia aos sábados, domingos, quartas feiras. Fui desbravador até os meus 16 anos. Sempre fui muito aplicado nas atividades da igreja, mas com uns 14 anos comecei a me desinteressar. 

Em meados do ano 2000 eu estava com 18 anos e começava a ter uma curiosidade real sobre o que o mundo teria a me oferecer....alegrias, prazeres, curtição...

Com a influência de alguns amigos comecei a sair para as baladas, na sexta a noite, e no sábado pela manhã eu ia a igreja normalmente. Comecei a gostar disso...Nunca tinha namorado e a facilidade que encontrei lá fora em conhecer pessoas, se relacionar, foi uma coisa que me atraiu, me prendeu. Porém,  eu estava na balada mas todo fora de contexto, “careta” como eles me diziam. “Você não dança? Você não bebe? Você não fuma?” Essas perguntas eram constantes, frequentes.

Logo, comecei a tomar algumas doses. Tomava uma dose e já ficava “alegre” a noite inteira, mas isso foi aumentando, e logo eu já estava comprando garrafas de bebidas e diversas latas de cerveja. Comecei a fumar por “não ter onde colocar as mãos”....então eu chegava num lugar, não conhecia ninguém e então acendia um cigarro, pegava uma bebida e pronto, isso me dava segurança, tirava a minha timidez.

Por uma brincadeira em um videokê numa dessas noites, comecei a cantar sertanejo com um amigo, só por brincadeira. Passado pouco tempo, aprendi a tocar violão sozinho e de repente eu descobri que  também compunha com muita facilidade. Começamos a tocar por diversão, não profissionalmente. Eu já não ia à igreja com a mesma frequência. Ainda morava com os meus pais e essas chegadas pela manhã das noitadas já me incomodavam.

Numa dessas noitadas, voltando pra casa umas 5h00 da manhã, já no sábado, eu estava sentado no fundo da van e de repente eu já estava discutindo com uma pessoa que eu nem sabia quem era, e nem o porquê... estava tudo escuro....Ao acenderem a luz, havia uma arma encostada no meu rosto, engatilhada, e quem a portava estava alucinadamente decidido a me matar. Não senti nada, mas ele me deu uma coronhada. Ao olhar minha camiseta branca por baixo da jaqueta preta de couro, eu vi ela ficar vermelha rapidamente. Fiquei sóbrio, na hora,  e pensei ter recebido um tiro. Um amigo puxou o cara pelo braço, como num extinto, se pondo em risco eminente e segurando a mão dele, disse para ele descer, que já estava tudo resolvido. O cara do nada, drogado, alucinado e agora também assustado, mandou parar a van e desceu. Lembro do povo me olhando com espanto tentando entender o que tinha acontecido. Eu dizendo que não tinha feito nada e então me disseram que ele havia dado uma coronhada. Ao descer da van no nosso ponto, fui a um posto de gasolina para me lavar e então sentei no chão, minhas pernas não aguentaram e eu entrei em choque. Comecei a tremer compulsoriamente, senti o meu corpo gelado e não falava nada. Só a minha mente funcionava. Passava em poucos minutos toda a minha vida diante dos meus olhos, e o que minha mãe pensaria em saber disso, ou pior, como ela ficaria caso ele tivesse atirado em mim e quem sabe eu tivesse perdido a vida, quão enorme seria o desgosto e a decepção que eu teria causado a ela. Isso me segurou alguns meses mais tranquilo.

 

 

Logo comecei a sair novamente, comecei a perder o medo e mudei os lugares onde eu costumava ir. Decidi que era a hora de eu começar a tocar a minha vida, aluguei uma casa e comecei a ser dono da minha vida. Não precisava dar satisfação a ninguém, saía e voltava a hora que eu queria, levava quem eu queria em casa, enfim, fazia o que me desse na telha.

Fiquei por uns 2 anos nesse ritmo e as minhas amizades começaram a mudar. Numa viagem de fim de ano a praia, descobri a maconha. Experimentei e gostei e passei a usar diariamente. Usava moderadamente, era o começo. Me envolvi com uma galera que tocava reggae e logo estava tocando, compondo e cantando reggae com a banda. Não via mal naquilo. Mas o negócio foi ficando compulsivo e eu já usava ao acordar, antes de comer, depois de comer....enfim, pra tudo, usava umas 10 ou 12 vezes por dia e vivia “off line”. Aquilo me tirava da realidade e a sensação de bem estar não deixava que eu refletisse sobre os meus princípios.

Saí da firma que eu trabalhava e fui para Salvador. Levei mochila, violão e barraca. Passei 3 meses lá, sem destino, sem planos, sem nada....vivendo um dia após o outro. Longe de tudo, de todos conhecidos  e familiares. Tinha apenas um amigo que o conhecia de Hortolândia, mas logo, em poucos dias, já conhecia uma galera bastante grande lá. Bebia e usava droga o dia inteiro, ficava nas praias, passava perigos e nada me importava. Muitas vezes me sentava no alto de um monte numa praia perto do lugar em que eu ficava e ali eu me interrogava sobre Deus, se Ele era real, se não era tudo estória, se não estávamos aqui somente de passagem. Eu não sentia Deus real pra mim. Meus erros já não eram acusados pela minha mente. Uma rotina sem perspectiva nenhuma de mudança ou de pensar em coisas espirituais, sobre o porvir. Passados 3 meses eu voltei a morar em Hortolândia.

Conheci um outro pessoal, uma grande parte deles usavam cocaína, mas eram “de boa”...isso é, trabalhavam de semana, não eram aqueles viciados compulsivos, mas aos fins de semana passavam a sexta, sábado e domingo na droga. Não forçavam a barra para que eu usasse. Tinham uma banda de rock e não viam aquilo como um vício e sim como uma curtição. Passei a frequentar a casa deles, a ir nos ensaios da banda, a estar nas festas com eles, em fim, estava no círculo de amizade deles. Numa sexta feira de madrugada, eu já bem embriagado, tive vontade de experimentar. Usei....

A sensação de auto suficiência e confiança foi imediata. Me senti ótimo...começava então a minha “via-crúcis”...bebia, fumava, me drogava e minha mente já não me acusava do erro. Não ia mais a igreja. Comecei a fazer festas em casa...minha casa vivia cheia, era festa quase todo dia. Numa dessas festas em um sábado um pessoal saiu para buscar droga. Eu havia ficado em casa, ficado de fora. Liguei para um amigo que havia saído junto e havia deixado a moto lá e disse que eu pegaria a moto dele rapidamente. A essa altura eu já estava bem envolvido com todo tipo de pessoas, as vezes guardava armas em casa, outras vezes drogas, comprava droga em quantidade e traficava aos fins de semana e ia me virando, pra poder usar sem precisar gastar. Fui atrás de cocaína, eu pegava barato, “no crédito”, na palavra, não precisava de dinheiro pois tinha a confiança do pessoal. Muitas vezes passava noites com eles em bares separando a droga ou mesmo bebendo e conversando. Eu já estava meio bêbado. Ao voltar de onde eu tinha ido, em uma avenida cheia de cruzamentos, eu vim na “roleta russa”, isso é, sem frear, sem olhar para os lados e a duas esquinas de casa, aconteceu...

Eu bati de frente na lateral de um carro que cruzava a avenida. No carro estava um casal com uma criança pequena. Eu estava rápido. Por DEUS, eu bati antes da porta do motorista entre e a porta e a roda dianteira. Voei por cima do carro que quebrou o parabrisa e afundou o teto. Na hora que voei, o capacete voou junto e saiu, pois não estava preso. Eu caí de cabeça e ali fiquei. O pacote de cocaína que estava na minha mão ficou esparramado no meu peito, denunciando o meu estado de consciência. Parecia um sonho, tudo distante e eu não sabia se estava acordado ou dormindo, ouvia as vozes ao longe. Ouvi a sirene e logo chegou era a ambulância e seguida dela uma viatura. O policial ao se informar do acontecido já ficou sabendo da droga e que eu estava como um “louco” dirigindo, segundo eles. Nisso chegou o motorista da ambulância e ao me ver chegou perto do meu ouvido e sussurrou: ”Desmaia, fecha o olho”. Era um amigo da minha mãe, conhecido, me conhecia desde pequeno. Os policiais estavam vindo me algemar e ele logo gritou: ”Abre, abre, ele apagou, desmaiou” e os policiais se afastaram. Eu nem carta de motorista tinha. Cheguei ao hospital e comecei a dar trabalho, bêbado. Xingava todo mundo e falava coisas desconexas e queria agredir os médicos. Me amarram na maca e me “apagaram”. Acordei no outro dia todo enfaixado e dores por toda parte do corpo. Fui pra casa da minha mãe pra poder me recuperar, só falei pra ela que havia caído de moto. Eu pensava: ”e se eu tivesse matado alguém no carro? Uma criança?!” Meu DEUS. Passadas algumas semanas, fui com meu amigo a casa dele para  ver a moto, que havia sido presa mas ele já havia retirado. Ao chegar lá não acreditei....PT, perda total. Ele me disse que no pátio o policial havia informado que a vítima daquele acidente tinha falecido e para a surpresa dele, meu amigo falou que não. Saldo de tudo isso...um pé quebrado, alguns dedos do pé quebrados e duas cicatrizes enormes na cabeça, cicatrizes pelos braços e pernas, marcas do livramento de DEUS na minha vida.

 

 

Passados pouco mais de um mês eu já caminhava de muletas, bebia e fumava maconha e cigarro e tudo tendia a voltar a “minha” normalidade. Não me havia feito parar em pensar. Estava preso nas garras do inimigo. Mas os planos de DEUS começariam a mudar o meu caminho.

Eu havia prestado serviços para uma empresa em Vinhedo antes do acidente e havia deixado um currículo lá. Eles me ligaram e fui fazer a entrevista. Já na entrevista marcaram o dia para eu começar. Achei que o exame médico acabaria com tudo. Cheguei no consultório e o médico do outro lado da mesa me disse: “Senta aí. Tudo bem com você? Tá pronto pra começar a trabalhar?” E eu:”Sim”. Aí ele assinou o papel e me disse: ”Então pode começar, tá liberado.”

Caramba?! Isso era um exame médico?” Rsss...Eu ainda estava usando muletas e tava todo ralado. Comecei a trabalhar e meu irmão me levava todo dia de moto de Hortolandia até perto da empresa em Vinhedo, uns 40 minutos. Eu parava num posto antes, colocava o tênis , boné e uma camisa de manga comprida para cobrir os ralados e andava vagarosamente até a firma, uns 200m. Depois de 3 meses tive que me mudar para Vinhedo. Ali começava uma nova etapa da minha vida. Uma nova etapa mas com os velhos hábitos. Já era o ano de 2006. Minhas atividades ilícitas não paravam. Eu buscava droga em Hortolândia e vendia para os colegas de trabalho que usavam. A incidência aumentava e eu já tinha que ir as vezes no meio da semana para poder manter as vendas. Foi lá que DEUS colocou no meu caminho a Joice, a minha esposa. Ela ao me conhecer já ficou sabendo de tudo o que eu fazia, mas por não ter nenhum princípio cristão, não desistiu de mim. Eu já não era tímido como antes, e fazia amizade muito facilmente, era muito persuasivo e sempre tinha uma galerinha junto de mim. Por causa da distância, abandonei a banda de reggae e me afastei da música.

Já estava morando em Vinhedo a uns 4 meses e de repente boa parte das roupas da Joice já estavam em casa. Eu morava num bairro próximo a ela e como trabalhávamos até as 22h30, ela ia pra casa e já dormia lá. Estávamos morando juntos e nem havíamos notado. Ela até antes de me conhecer, frequentava um centro espírita e até então achava que era uma coisa boa, do bem. Já no início do relacionamento, tivemos longas conversas e eu mesmo longe de DEUS, fui usado para plantar no coração dela a semente da verdade. Contei sobre a criação, o plano da redenção, a morte de Jesus e o seu significado para a humanidade e sobre a volta de Jesus. Ela ficou perplexa. Falei sobre quem eram os espíritos que apareciam pra ela naquele local. Ela ficou assustada. Disse a ela que ela teria a liberdade de escolher, mas que a partir daquele dia, daquela conversa, se ela voltasse lá mesmo que escondida de mim, ela me perderia pra sempre, pois DEUS não permitiria o nosso relacionamento. Ela parou de ir, porém, o inimigo não queria deixa-la em paz. As pessoas de lá vinham dizer que a “pessoa lá” havia mandado ela ir até lá, mas ela resistia, já me amava e eu aprendia e passava a amá-la também.

 

 

Ela me contava de como era a sua vida familiar, que seu pai bebia muito, chegava em casa batia em todo mundo, quebrava tudo, um típico cenário de uma família com um alcoólatra. O pai dela é uma pessoa incrível, de coração enorme, mas que quando bebia, se transformava em outra pessoa. Tivemos uma empatia imediata ao nos vermos pela primeira vez. Ele ao perceber que a Joice estava muito feliz, me chamou para poder morar em um quartinho que tinha no fundo da casa. Eu, lógico, aceitei, pois pagava aluguel coisa que em Vinhedo não é barato.

Numa tarde de sábado, eu havia chegado do trabalho, pois desde minha vinda a Vinhedo, trabalhava todos os sábados, eu estava deitado na nossa cama dormindo e ela ao meu lado, com a porta semi aberta. Ela estava acordada e de repente sentiu um vento gelado entrando no quarto e logo ela não conseguiu  mais se mover. Se sentia segurada, presa e não conseguia falar nada, e então ouviu como que um sussurro ao seu ouvido:” O que você está fazendo com ele? Você precisa largar dele, se vocês ficarem juntos, ele vai te bater, sua vida vai ser um inferno, vai faltar as coisas dentro da sua casa, ELE NÃO É PRÁ VOCÊ !!!”

O recado estava dado. Alguns segundos e ela conseguiu falar e então me acordou e disse o que acabara de acontecer. De imediato eu falei pra ela quem havia estado ali. O próprio Satanás ou algum de seus anjos, que viera para tentar amedronta-la, pois queria ela de volta ao seu redil. Fui firme em reafirmar que onde ela havia frequentado tão inocentemente, era um culto de adoração ao inimigo. Ele havia tentando nos afastar tocando exatamente no ponto fraco dela, nos traumas que ela tinha de agressões familiares. Isso passou, mas algumas dúvidas ainda ficaram em sua cabeça, sobre a veracidade do que eu havia dito. Será que todo aquele cenário bonito que haviam contado para ela, era um tamanho engano?! Mas DEUS não deixa dúvidas, Ele sempre trabalha com certezas, e essa certeza para ela estava chegando.

Tivemos alguns problemas no relacionamento e para selar a nossa decisão de ficarmos juntos, decidimos ter um filho. Eu mudava de firma mas em todas que eu passava, sempre encontrava aqueles que acabavam comprando droga de mim. Eu usava em casa mesmo, dioturnamente e diariamente. Devido ao trabalho que eu fazia na firme, passei a ter problemas com o ciático. Eram dores fortíssimas e constantemente eu estava com as costas “fora do lugar”. Estávamos a alguns meses tentando engravidar e nada. Ela fez uma bateria de exames, pois o seu sonho era poder ser mãe, e retribuir todo amor e carinho que lhe faltou na sua infância. Esse era o seu maior sonho. Eu não queria ir ao médico pois sabia que dificilmente eu teria algum problema relacionado a isso. Não contamos isso a ninguém, era um segredo nosso. Num certo dia, numa dessas vezes em que eu estava com meu ciático fora, ela me sugeriu que fossemos exatamente na casa da mulher que conduzia as sessões espíritas, pois ela era massoterapeuta. De cara eu já rejeitei a idéia, mas após alguns dias, decidi ir até lá para mostrar a ela que por a mulher ser de uma outra denominação eu não poderia excluí-la. E fomos, num dia comum após o almoço. Chegamos e ela convidou para entrarmos, e ao entrar na casa dela e me pediu que me sentasse em uma cadeira na mesa. Ela olhou pra mim e já disse: “ O problema está com você. Você precisa ir ao médico, fazer um tratamento ou então você não poderá realizar o sonho dela de ser mãe.” Pensei: “Ué?! Mas ela ta sabendo? Será?! Quem é o dono da vida afinal?! Vou ou não vou?!”

 

 

Saímos dali e percebi que a Joice havia ficado preocupada. Chegamos em casa e ela me perguntou se eu iria ao médico. Eu falei que ainda não havia decidido, para não decepcioná-la mas na minha mente eu já relutava em ir. Deus não permitiu que eu fosse. Era uma briga entre a razão, pois ela não engravidava, e a minha mente, pois sabia que a vida pertence a Deus. Ela me pegou um dia e me deu um ultimato. Se ela não engravidasse eu teria que fazer os exames. Nesse dia eu falei claramente pra ela quem era o dono da vida. Deus, somente ele era capaz de determinar a formação ou não de uma vida. Disse a ela que ela veria quem estava com a verdade. Se a mulher que afirmou que eu tinha problema ou se DEUS, que contrariando tudo o que ela falou, poderia nos dar o  filho que tanto queríamos.

Acredito que uns 15 dias depois a Joice não estava bem. Passava mal, sentia muito sono e sentia uma fome enorme. Começou a ter enjôos e eu já pressentia algo. Fomos na casa da minha mãe no final de semana e ao vir embora ela nos deu um sabonete de neném, do nada. Ela então achou bom fazer um teste de gravidez, mesmo que incrédula talvez, e descobrimos o motivo do seu mau estar. ELA ESTAVA GRÁVIDA! Aquele resultado não era apenas do teste de gravidez, mas também o fim de todo um engano que ela havia se envolvido. As mentiras e enganos caíram por terra e a certeza de que DEUS sim, é o dono da vida, foram confirmadas. Ela agora tinha a certeza de que tudo o que ela havia acreditado tão sinceramente era engano, mentira.

Após uma quase overdose de cocaína e havia diminuído 90% do meu uso. Estava apenas no cigarro, maconha e bebida. Não havia conhecido nem um adventista em Vinhedo. Logo que ela engravidou começamos a ir na igreja, mas sem compromisso, bem de vez em quando. Não queria um contato mais de perto com os irmãos. Queria apenas ir na igreja, assistir o culto e voltar pra casa. Eles queriam me visitar, pediam telefone, endereço mas a gente nunca dava.

Minha filha nasceu. Linda, perfeita, um presente de Deus. O primeiro neto das duas famílias. Era o ano de 2008. Eu continuava usando tudo mas já não ia a festas nem baladas. O antigo parceiro meu de música e composição me procurou com uma proposta. Havia uma ótima oportunidade para voltarmos a música secular, agora profissionalmente, pra valer. Como sempre fui muito da música, aceitei. Começamos a gravar o CD num stúdio profissional e arrumamos uma pessoa que ajudou financeiramente para colocarmos o projeto para rodar. Logo começamos a tocar em barzinhos. Minha filha pequena e eu já sacrificava o tempo para tentar viver de música. Meu objetivo na música era só um: grana. É claro que sucesso é muito bom, o reconhecimento, mas a possível grana me fascinava. Fazia planos, caso eu viesse a ganhar a tal grana. Recebi uma proposta de emprego em Hortolândia. De casa até a firma era uns 40min. Eu não tinha carro nem moto, nem dinheiro, não tinha crédito pois meu nome estava com restrição e não tinha habilitação, pois tinha ido fazer os exames drogado e havia repetido e estava bloqueado para tentar tirar de novo. Mas o salário era bem maior que o meu atual. Decidi ir. Era inviável ir de ônibus. Lembrei de Deus. Eu precisava de uma chance. Propus um pacto pra DEUS. Se eu conseguisse comprar uma moto pra poder ir trabalhar eu pararia com as drogas. Eu já havia tentado algumas vezes parar de usar, mas não havia conseguido nem ao menos diminuir. Era uma sexta feira e falei com Deus em minha mente, nem orar direito eu não orei. Fui na sexta a tarde e fiz as propostas de financiamento em 4 concessionarias de marcas diferentes, mas já descrente.

Segunda pela manhã o telefone tocou, a proposta havia sido aprovada. Em seguida outros 3 telefonemas e eu podia escolher em qual eu pegaria. Fiquei muito feliz, mas ali aconteceu a minha libertação das drogas. Eu sabia com era tinha feito o pacto, não era com a mãe ou com a esposa, que eu poderia usar escondido. Não haveria como se esconder. Liguei para um amigo e falei pra ele que eu precisava ir buscar a moto. Ele chegou em casa  e eu falei, que eu iria usar maconha pela última vez, que eu ia parar de usar, ia parar com tudo. Ele riu, riu de novo e não acreditou. Peguei tudo o que tinha em casa e usamos juntos, de uma vez. Ele não acreditou mas eu sabia que seria a ultima vez. A Joice não acreditou que eu ia parar, pois ela sabia a constância com que eu usava. A tarde eu estava com a moto já em casa. Estava perturbado pois não sabia como eu reagiria a falta de tudo. Sabia que a decisão era séria e que eu não podia fraquejar. Tinha certo em minha mente que se eu caísse, o inimigo não perderia a chance em cobrar a minha vida a Deus mediante o meu pacto quebrado. Ele tentaria tirar minha vida, e a essa altura, minha filha já era a melhor razão para eu viver. O amor falou mais alto. Não vou falar que foi fácil, mas também não foi quase impossível, Deus havia extirpado de mim a dependência que eu tinha. Tinha as minhas lutas sim, mas também as minhas vitórias. A minha filhota, Rhyane, já estava com um ano. Fiquei alguns meses fazendo o caminho Hortolandia/Vinhedo de manhã e a noite por alguns meses. Estava tendo a proteção de Deus. O amigo e parceiro musical conheceu uma moça que o fez mudar os planos. Paramos a gravação do CD e deixamos esse projeto de lado. Trabalhava de dia na firma e a noite entregava pizza. Trabalhava direto....sábados, domingos...e ia a igreja algumas vezes, quando não trabalhava.

Estava sóbrio a mais de um ano, limpo, mas continuava a transgredir o sábado trabalhando e achando que essa era uma boa justificativa pra Deus.

 

 

Sempre gostei de desafios e nunca tive medo de recomeçar, de tentar algo novo do zero, nunca fui acomodado. Estava muito cansativo a minha rotina de trabalho e Deus me encaminhou uma nova proposta de serviço, na cidade de Valinhos. Marquei a entrevista e não fui. Marquei de novo e não fui de novo. A mulher voltou a ligar....aí decidi ir. A proposta que me foi feita era muito boa, tinha uns benefícios melhores do que onde eu estava. Mas eu teria que pedir demissão e perder tudo. A mulher da firma me falou que a vaga era minha e que assim que eu me desligasse da outra empresa já começaria a trabalhar de imediato. Sondei na firma a possibilidade de me mandarem embora e nulo, eles não mandavam. Tracei meus planos. Se eu entrasse na nova firma, poderia voltar a morar em Vinhedo e não precisaria ficar me arriscando de moto, e mais, sem carta a quase 2 anos já. Numa quarta feira, ao sair para o trabalho, minha moto quebrou. Me virei como pude e consegui chegar na firma, 30min atrasado. O chefe, com quem eu já estava tendo algum atrito por conta de um aumento que não vinha, não me deixou trabalhar. Eu nunca havia faltado, gostava de onde eu trabalhava. Na quinta cheguei cedo e as 8h00 em ponto eu estava na porta da sala do dono da empresa, onde ele pontualmente chegava todos os dias. Ao me ver, cumprimentou e entrou. Perguntei se ele teria um minuto pra mim e ele prontamente me recebeu. O um minuto se transformou em mais de 20min e ali falei pra ele de todas as minhas insatisfações na empresa e das promessas do chefe. Das coisas que eu fazia na firma e que ele recebia o crédito. Disse que, prá mim tinha acabado ali meu ciclo na empresa, que não acataria mais as ordens do chefe após eu não ter recebido autorização para trabalhar por causa de 30min de atraso, depois de mais de um ano sem nenhuma, repito, nenhuma falta.

Ele perguntou se eu tinha certeza disso e eu prontamente: Sim. Agradeceu e me mandou para a sessão, pediu que eu chamasse o chefe. Trabalhei o dia inteiro e ao final do turno, o chefe apareceu, carrancudo e me trouxe um papel, como que se querendo me prejudicar, ou achando que já o tinha feito falou: ”Tá aí, tá demitido.”

Eu, sorrindo quase arranquei o papel da sua mão e assinei. Sorri de novo e o agradeci: “Muito, mas muito obrigado mesmo. O que você não me ajudou em todo o meu tempo aqui, você o fez agora com essa demissão. Se não me mandasse embora hoje, eu pediria a conta amanhã pois já estou com outro serviço certo.” O olhar dele me fulminou na hora. Deus estava traçando o meu caminho sem que eu tivesse consciência disso.

Comecei a trabalhar uma semana depois na nova firma e na outra me mudei de volta para Vinhedo. Era o ano de 2010. Eu já estava limpo a quase 2 anos. Em 2011 em um churrasco na casa de amigos eu bebi uma lata de cerveja. Na minha mente, o pacto que eu havia feito, não incluía a cerveja, eram só as drogas. Saí de lá embriagado. Passei a beber regularmente, socialmente. Em agosto de 2012 eu conheci um baixista de Campinas, pois vendia instrumentos pela internet. Ele veio em casa e então, a gente conversando, ele me falou que tocava para um cara de Campinas, que estava procurando um parceiro, segunda voz. Falei pra ele que eu já havia tocado no passado. Mostrei algumas músicas pra ele e de cara ao ouvir ele falou: “Você tem que conhecer ele.” Marcamos e um dia eu fui vê-los tocar e conheci ele. De primeira já tocamos algumas músicas e ele gostou bastante. Falou dos planos que tinha de gravar em 2013, de toda a estrutura, contatos que tinha e eu bati o martelo, ia voltar a tocar na noite. A Joice estava me apoiando, ela sabia que minhas músicas eram comerciais e acreditava comigo que eu poderia ganhar dinheiro com elas. Comecei a tocar de quinta a domingo. Saía mais cedo do serviço para poder tocar. O que eu recebia tocando 4 noites por semana,  já era quase o que eu ganhava na firma. Chegava em casa de madrugada, 4h...5h da manhã. Tomava algumas doses para poder ficar mais a vontade durante a noite. Momentos de euforia no palco contrastavam com momentos de depressão em casa. Chegava e sentava ao lado da cama e ficava olhando minha esposa e filha dormindo e me perguntava se aquilo valeria a pena, trocar o meu tempo familiar por algo tão incerto, e mais, que contradizia os meus esquecidos princípios.

Decidi sair da firma para me dedicar inteiramente a música, a gravação do nosso CD. Passamos a tocar em casas de renome da região, em festas fechadas de pessoas influentes nesse meio musical, começávamos a alçar vôo. Tinhamos uma boa estrutura de som, iluminação, banda e contatos. O ano de 2013 seria crucial profissionalmente na música. Algumas pessoas já esperavam o nosso primeiro trabalho e as nossas músicas já tinham boa aceitação com o publico.

Começamos a gravar e em novembro 2012 me desliguei da empresa. A Joice havia começado a trabalhar á noite e quase a gente não se via. Minha vida familiar estava se despedaçando. Passamos a falar em separação. Queríamos ficar juntos mas a convivência estava difícil.

Numa sexta feira, lá pelo meio do mês, eu havia tocado e chegado por volta das 5h. Não consegui dormir. Fiquei acordado e logo que a Joice chegou do serviço, me chamou para irmos a igreja. Recusei e ela insistiu. Eu falei que não tinha conseguido dormir e que tava com dor de cabeça. Ela insistiu de novo e decidi que nós íamos. Ao chegar, lá na escola sabatina (não costumávamos ir a E.S.) sentei no último banco. Um teologando, hoje pastor Fábio, falava de uma maneira que prendeu a minha atenção, e o assunto?! Dons. Uma frase que me marcou: “Você sabe qual é o único objetivo de Deus ter dado dons a nós? Trazer pessoas à Ele. Tem você usado seus dons para Ele? Se não... repense suas decisões. O juízo de DEUS para com o uso dos nossos dons será severo.”

 

 

A partir daquele momento fiquei em stand by. Minha mente estava em um turbilhão de pensamentos, perguntas, dúvidas, respostas....desliguei da realidade. O Espírito Santo havia usado aquele homem para me despertar, através de um assunto que iria direto ao meu encontro. Ponderei sobre o que EU estava fazendo com os meus dons... cantar, tocar, compor. Compôr?! Minhas últimas composições eram de péssimo gosto....falavam de bebedeiras, sexo, traição entre outros. Minha filha já cantava minhas músicas. Meu Deus?! O juízo final para mim seria terrível. Não pensava em mais nada. Fui pra casa e no sábado eu não ia tocar, nem no domingo. Cheguei em casa e o livro “A Grande Esperança” estava ali, na cômoda. Já havia dado alguns mas nunca tinha lido. Já não lia a Biblia nem fazia oração a alguns anos. Peguei o livro e comecei a ler. Li até anoitecer. Acordei e continuei lendo. O livro tinha algumas citações do Espírito de Profecia de E. White. Peguei o celular e baixei o aplicativo com todos os livros dela e passei a ler paralelamente uns 5 livros mais a Bíblia. Um universos de informações se abriu para mim e muito do que eu nunca tinha entendido referente a profecia, passou a fazer sentido para mim. O quebra cabeça passou a ser montado rapidamente, eu devorava os livros e minha comunhão com Cristo se estreitou demasiadamente. Passei a sentir a presença de Deus ao meu lado e a entender muito do que eu havia passado e o porquê de eu estar onde eu estava. Juntos, eu a Joice passamos a fazer na igreja um estudo bíblico que havia se iniciado, aos domingos. Decidimos que íamos procurar fazer o certo, colocar Deus em nossa vida em primeiro lugar e salvar nosso casamento. Passei a orar diariamente, mas falava com Deus à todo momento. Havia ganhado do meu irmão mais novo um vasto material referente a diversos temas da igreja e profecias. Passava o dia lendo pois já não estava trabalhando. Falei com Deus que se realmente era Ele que estava comigo, que se esse era o momento de eu repensar minha vida e voltar pra Cristo, que Ele não permitisse que o parceiro da música não me ligasse mais. Passou umas duas semanas e então ele me ligou. Eu não quis atender mais ele insistiu mais umas três vezes. Eu atendi e ele me disse: “Cara, estou com uns novos projetos, tá bem corrido pra mim. Vamos dar uma pausa no CD e nas noitadas, e assim que passar a gente volta a se falar para ver se a gente segue com a carreira.” Deus não só havia respondido a minha oração como também confirmado que Ele estava comigo.

Já era fevereiro de 2013 e realmente estávamos felizes. Tudo ia muito bem, desfrutávamos de um bem estar em nosso lar que nunca havíamos experimentado, havia amor, harmonia. Minha rotina mudou da água pro vinho. Contava pra todo mundo que eu tinha contato, sobre a alegria de poder reencontrar a Cristo. Minha vida espiritual havia ressuscitado e eu tinha prazer em cada amanhecer, em poder aprender, estudar cada dia mais sobre Cristo. Parei de beber automaticamente a partir do momento que me aproximei de Cristo e minha alimentação, que transgredia todos os princípios bíblicos também passou a ser coerente com o que eu sabia que era certo.

 

 

Comecei a compor músicas cristãs. Nunca havia conseguido e agradeci a Deus por ele nunca ter permitido que uma música secular minha chegasse a tocar na rádio, seria um desprazer sem medidas para a minha atual realidade.

Comecei a receber convites para tocar na igreja, mas havia recusado pois não achava que era correto subir ao púlpito sem antes me reconsagrar a Deus, me rebatizar. Agora seria por convicção. Eu havia encontrado Cristo e Ele era real, presente em minha vida. Ele havia me transformado e estava me moldando para a Sua obra e eu me pus a disposição. Selamos o nosso batismo, mas havíamos definido que somente quando acabassemos os estudos. Mostrei minhas músicas para o meu irmão e comentei de gravar algumas e ele se prontificou imediatamente. Muitos dos meus amigos já não acreditavam que eu havia parado de usar drogas, quanto mais agora, que ia virar “crente”. Uns falavam que eu tinha surtado e outros que era uma fase.

Era março e eu numa sexta feira a noite, conversando com Deus, perguntei se já era a hora de eu me batizar ou se deveria esperar acabarem os estudos. Pedi uma prova, um sinal. No sábado Ele teria que responder, no sábado....

Acordamos cedo e não tínhamos planos de ir pra Hortolândia, mas de ultima hora nos arrumamos e fomos. Chegamos na igreja e haveria um batismo. Na hora do apela, o Pastor falou exatamente assim: “Se você espera hoje uma resposta de Deus, se está cansado do mundo e não sabe se é a hora de você voltar a Cristo, hoje é a hora, hoje é o dia da sua decisão, venha e entregue a sua vida à Ele.”

Pronto...Ele havia me respondido. Havia chegado a hora. Me levantei e atendi ao apelo, fui até la na frente. Os que ali estavam podiam não entender o porquê de eu estar ali chorando, mas prá mim, era o meu encontro pessoal com Cristo, era o meu recomeço. A música “quando Jesus te chama e tu não vens, pra onde vais então” destruiu o resto do meu eu passado, e ali me entreguei a Jesus.

Chamamos o Pastor Samuel Guimarães e marcamos o nosso batismo. Pela graça de Deus, dia 20 de julho de 2013 descemos as águas batismais e selamos nossa decisão de entrega a Cristo publicamente. A Joice estava grávida novamente. Cantei pela primeira vez uma música minha na igreja. A emoção de ver pessoas atendendo ao apelo através da música feita por mim, que compus sozinho conversando com Deus, pedindo a Ele que eu fosse usado para levar a Sua mensagem a algum coração que precisava de mudança assim como eu, não se comparava em nada, minimamente à vã euforia que eu sentia no palco. Havia graça, plenitude, alegria e paz, muita paz.

 

 

Ao ouvir o CD Salmos do Daniel Ludtke achei o caminho que eu procurava em como trabalhar na obra de Deus....MÚSICA. Esse seria o meu ministério. Começamos a pensar mais seriamente sobre um CD e Deus me dava novas músicas, uma após outra.

Uma antiga patroa minha, uma mulher muito cristã e usada por Deus certa vez, quando eu ainda tocava no mundo, havia me dito que se eu usasse o meu talento na música pra Deus, ela me ajudaria financeiramente num projeto de gravação. Fui procura-la e ela se emocionou quando me viu novamente, mas principalmente em saber como Deus havia me transformado. Ela disponibilizou para o projeto de gravação do CD três vezes mais do que eu pensava que receberia. Assim nasceu o sonho do DVD. Em novembro a Rhaíssa nasceu.

Começamos a trabalhar nesse projeto, mas devido a alguns imprevistos, e também ao feeling do meu irmão Elias em preferir prorrogar o prazo mas fazer algo melhor pra Deus, muito mais profissional do que havia pensado de início, adiou as gravações que seriam em JULHO de 2014. O projeto ficou mais ousado e o dinheiro ficou pouco. Mas nunca deixei de acreditar que Deus estava guiando tudo. Desanimava e me animava de acordo com o tempo. Encontrei uma pessoa em agosto de 2014 que disse que me ajudaria a acabar o projeto. Me animei e começamos a mover as coisas de novo. Defini que até o meio do ano de 2015 eu gravaria com a graça de Deus esse DVD. Eu não possuía recursos próprios para colocar no projeto mas sabia que Deus providenciaria.

Por 3 vezes a Joice havia sonhado comigo num púlpito, de terno e pregando. Na primeira vez quando ainda estava muito longe no mundo, eu dei risada. Na segunda, quando já estava tocando na noite, fiquei pensativo e na terceira, mais recente, eu não duvidei. Um sinal?! Não sei. Decidi fazer a prova. Quando fui me informar, descobri que naquele dia era o ultimo dia para a inscrição e mais, já era 16h e o banco havia fechado. Peguei o dinheiro e consegui pagar a inscrição numa autorizada do banco. Era quinta feira, e a prova seria no domingo, não havia tempo para eu estudar, e não estudei. Fui pra prova como um teste, sem pressão nem nervosismo. Passados os dias eu nem conferi o resultado. Um dia, ao entrar no email que deixei no cadastro, que não era o meu de uso diário, vi que tinha algo lá da faculdade e para a minha surpresa, eu havia passado na primeira fase. Não acreditei, liguei lá e me confirmaram, eu havia passado. Teria a segunda fase e para testar de novo se realmente era um chamado, fui para a prova sem estudar o livro “Nisto Cremos” que é a base da prova. Fiquei entre os 15 excedentes. Para um curioso, que prestou vestibular no susto, achei que fui longe demais, ou é mesmo o plano de Deus concretizar o sonho que a Joice teve, de me ver de terno, pregando, como um Pastor.

 Em novembro apareceu um serviço grande para eu dar o orçamento, e eu fiz um pacto com Deus. Se eu pegasse o serviço, daria uma porcentagem para o projeto andar. Deus me deu o serviço e mais, me deu outra parte do serviço a qual eu não havia sido indicado. Decidi investir essa parte toda no projeto. Pensei: ”Juntando com a pessoa que me ajudaria eu consigo acabar o projeto.”

 

 

Em janeiro de 2015 começamos com tudo e então eu fui atrás da pessoa. Já fazia algum tempo que eu não via ele. Tentei arrumar o contato dele com alguns amigos em comum mas nada, não conseguia. Enfim, não consegui contactá-lo. Já tinha fechado alguns contratos contando com isso e mais uma vez DEUS permitiu algo para que eu visse que Ele estava no comando. Fiquei apreensivo sobre o que aconteceria...tinha medo de não conseguir cumprir os compromissos...mas tocava o projeto como se tudo tivesse certo....”homem de pequena fé”. Falei com o Elias o que estava acontecendo e ele me tranquilizou....”vamos fazer de qualquer jeito”...ele já havia acreditado mais que eu no projeto, era o meu braço direito. Tive certeza de que não encontraria o meu possível ajudador. Eu orava diariamente pelo meu projeto, pedia que Deus colocasse pessoas que pudessem somar. Definimos a data....dia 17 de maio de 2015. Em março houve uma reunião no meu serviço. Umas mudanças com o pessoal que administrava a obra. Passei a prestar serviço direto para o proprietário e devido a alguns ajustes de projeto, o valor do orçamento que eu havia dedicado a Deus, mais que dobrou. Voltei pra casa exultante, super feliz. As vezes eu achava que tava longe mas logo, eu via que estava muito perto. Decidi dedicar ao projeto o quanto fosse necessário para que ele se concretizasse e tinha certeza que Deus não deixaria que faltasse o meu sustento, e que esse dinheiro não faria falta em casa. Nesse meio tempo houve um reajuste no serviço principal que me deu mais uma boa margem para poder colocar no projeto. Apareceu pra mim mais dois serviços para eu fazer em um curto espaço de tempo com um ótimo retorno, enfim, DEUS pela terceira vez estava me mostrando que estava no controle. Eu tinha o valor quase que exato para honrar meus contratos mas faltava muita coisa.

Deus mandou para integrar o projeto do DVD pessoas que tinham todo o “no hall” necessário para isso. Todos os envolvidos e todos os contratos, foram feitos bem abaixo dos valores praticados no mercado, pois todos ao saberem a essência do projeto, se desvincularam dos valores ou de parte deles e resolveram virar parceiros, acreditando também no projeto, e no objetivo maior...TRAZER PESSOAS A CRISTO. Outros abriram mão de tudo para poderem ajudar, se envolver e enfim fechamos tudo o que era necessário: local, gravação, filmagem, cenografia, decoração, iluminação, maquiagem, fotografia, banda, figurino, material de divulgação, entre outros....

Chegou o dia, e após um fim de semana de muita correria, tudo ocorreu bem, deu tudo certo e Deus esteve presente na gravação e o resultado logo mais estará aí, para honra e glória de DEUS.

Vejo que a nossa caminhada cristã é uma luta diária, lutamos contra nós mesmos, contra a nossa falta de fé, com a nossa falta de confiança em Deus. Desanimamos e nos animamos, mas não podemos desistir ou perder de vista o alvo maior, ou deixar de almejar o tão sonhado céu. O sonho maior de todo o cristão deve ser a volta de Cristo, para que o nosso sofrimento acabe e possamos viver uma eternidade de alegria plena. Por essas e outras que me sinto MAIS QUE VENCEDOR !!!

 

 

Edvan de Assunção.

 

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